Tumores localizados na cavidade oral, orofaringe e laringe integram os tipos que podem ser evitados com mudanças de hábito e estilo de vida.
O termo câncer de cabeça e pescoço, como é conhecido no universo da medicina, envolve uma extensa gama de tumores na região da cabeça (excluindo cérebro) e pescoço, desde lábios, fossas nasais, seios paranasais, cavidade oral, laringe, faringe, glândulas salivares, entre outras.
Esse tipo de câncer vem aumentando sua presença nas estatísticas de incidência da doença devido a dois principais vilões: o tabagismo e o excesso de consumo de bebidas alcoólicas. Segundo o Dr. Duílio Rocha Filho, oncologista clínico do Instituto do Câncer do Hospital Haroldo Juaçaba, em Fortaleza (CE), existe uma grande variação geográfica na incidência dos cânceres de cabeça e pescoço, reflexo das diferentes exposições aos fatores de risco. “No Brasil, o câncer de cabeça e pescoço corresponde a cerca de 10% do total dos tumores malignos em homens, e a aproximadamente 5% em mulheres“, explica.
O local onde o câncer de cabeça e pescoço é mais comumente diagnosticado é a cavidade oral, que corresponde a um terço do total dos casos; em seguida, vêm os tumores de laringe e orofaringe.
“É habitual recebermos pacientes com lesões extremamente volumosas, com diagnóstico tardio, como decorrência da dificuldade de acesso a assistência médica e de peculiaridades psicossociais dos pacientes, que comumente têm suporte familiar frágil e relutam em buscar tratamento para suas condições. Além disso, a escassez de serviços especializados em oncologia no Estado torna a investigação e o tratamento especialmente custoso para os doentes, que, com frequência, precisam se submeter a viagens longas e numerosas para levar adiante suas terapias. Soma-se a isso a dificuldade de acesso à terapia-alvo, que não está disponível para a grande maioria dos pacientes tratados no Sistema Único de Saúde“, explica o Dr. Duílio sobre a realidade dos pacientes no Ceará.
Para 2012, estima-se que surjam aproximadamente 10 mil novos casos de câncer de cavidade oral em homens e cerca de 4 mil em mulheres no Brasil. Excluindo casos de câncer de pele não melanoma, o tumor de cavidade oral em homens é o quarto mais comum na região nordeste e o oitavo em mulheres da região, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) – Estimativa 2012.
Os tumores de laringe devem atingir cerca de 6 mil novos casos em 2012, segundo o mesmo estudo. É o sexto tipo de câncer mais frequente em homens da região nordeste, com incidência significativamente menor em mulheres. No mundo, o tumor de laringe é o segundo mais comum dos cânceres de cabeça e pescoço.
“O cigarro é o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de cabeça e pescoço. Na experiência do Instituto do Câncer do Ceará, dentre os pacientes com doença avançada tratados entre 2005 e 2010, 93% eram fumantes. Outros fatores de risco associados ao câncer de cabeça e pescoço são o etilismo – que, quando associado ao tabagismo, aumenta de forma exponencial o risco de um indivíduo desenvolver a doença – além de infecções virais, má higiene oral e déficit nutricional“, esclarece Dr. Duílio.
Dentre as infecções virais, o Dr. Duílio evidencia que se tem dado crescente importância ao papel do papilomavírus humano (HPV), tido como responsável pelo aumento da incidência do câncer de orofaringe. Considerada a mais comum doença sexualmente transmissível (DST), a infecção por HPV é responsável pelo desenvolvimento de tumores de colo do útero e de canal anal, entre outras, e tem sido detectada em mais de 70% dos tumores de orofaringe diagnosticados atualmente nos países desenvolvidos.
Sintomas, diagnóstico e prevenção – Os sintomas de apresentação do câncer de cabeça e pescoço variam de acordo com o local do tumor primário. As queixas mais comuns são úlceras mucosas de difícil cicatrização dor ou dificuldade para deglutir; rouquidão e nodulações no pescoço.
A investigação deve ser feita por um especialista, que deverá incluir um estudo minucioso da cavidade oral e nasal, assim como da orofaringe. Exames complementares, utilizando método endoscópico, tomografia, ressonância ou PET-CT, podem ser necessários. Se detectados pelo paciente a presença de nodulações no pescoço ou de alterações na mucosa da boca, como placas esbranquiçadas, também indicam a necessidade de avaliação médica. Como em tantos outros tumores, esclarece Dr. Duílio, o diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento. “Quando descoberto em fases iniciais, a taxa de cura do câncer de cabeça e pescoço se aproxima de 100%“, afirma.
A enorme associação entre o cigarro e o câncer de cabeça e pescoço faz da doença uma das mais preveníveis, desde que haja um declínio substancial no consumo de cigarro, alerta Dr. Duílio. Infelizmente, segundo ele, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que, nos próximos 20 anos, o número anual de mortes relacionadas ao cigarro deve aumentar dos atuais 5 milhões para mais de 8 milhões de pessoas, dos quais mais de 80% estarão em países de baixa e média renda.
Avanço terapêutico – Se por um lado, as estatísticas demonstram um cenário avassalador, por outro, a boa notícia fica por conta do avanço da medicina que caminha a passos largos na direção de novas terapias e até mesmo da cura da doença.
O empenho para encontrar alternativas não-cirúrgicas e manter a preservação da laringe e outros órgãos fez os pesquisadores desenvolverem novas drogas, chamadas alvo-específicas, que têm como missão atacar os mecanismos mais críticos para o crescimento do tumor e seu poder de enviar metástases ou crescimento localmente avançado da doença.
Segundo Dr. Duílio, uma das principais características deste tipo de câncer é o fato de a maior ameaça ao paciente ser decorrente do crescimento locorregional do tumor, e não do surgimento de metástases à distância. Por conseguinte, é necessário lançar mão das melhores armas terapêuticas para controlar o crescimento local do tumor.
As doenças iniciais podem ser tratadas com cirurgia ou com radioterapia, enquanto estádios mais avançados requerem tratamentos mais agressivos, com a combinação de duas ou três modalidades.
No caso dos tumores avançados de laringe, o tratamento tradicional era a laringectomia total, ou seja, a remoção completa da laringe – procedimento que causa grande temor aos pacientes, que precisam ser traqueostomizados. No entanto, protocolos de tratamentos que incorporaram a quimioterapia à radioterapia modificaram esse cenário e mostraram ser seguro tratar os pacientes evitando a cirurgia.
“O advento de uma terapia-alvo, o cetuximabe, aprovado para uso no Brasil em 2010, foi a primeira intervenção a mostrar um ganho claro de sobrevida nos pacientes com câncer de cabeça e pescoço metastático nos últimos 30 anos“, ressalta o especialista.
O cetuximabe é um anticorpo monoclonal desenvolvido para conter o crescimento dos tumores através do bloqueio à proteina denominada EGFR (Receptor do Fator de Crescimento Epidérmico). Sua ação contribui para levar a célula doente à morte e evitar a formação de novas células doentes. Além de ser bastante eficaz quando combinado com a radioterapia nos tumores localizados, os efeitos colaterais são mais brandos que aqueles observados com a quimioterapia e a radioterapia. Esse benefício também foi demonstrado quando o cetuximabe foi associado à quimioterapia em pacientes com metástase.
A Merck
A Merck é a mais antiga indústria farmacêutica e química do mundo. A companhia une essa tradição com a busca constante por inovações nos segmentos em que atua. Com forte presença global, a Merck, fundada na Alemanha há mais de 340 anos, hoje está presente em 67 países e distribui seus produtos em mais de 150. A empresa possui visão de longo prazo e prioriza a pesquisa e o desenvolvimento de inovações nas indústrias farmacêutica e química.
Desde 1995, a empresa possui cerca de 30% do seu capital total cotado na Frankfurt Stock Exchange. Os demais 70% pertencem à família Merck, descendente do fundador. Atualmente, a empresa conta com cerca de 40 mil colaboradores distribuídos por 67 países. A receita total do grupo em 2011 cresceu 11%, ultrapassando os € 10 bilhões. No quarto trimestre de 2011, com um total de € 2.6 bilhões da receita, obteve crescimento de 3,1% em relação ao mesmo período de 2010.
A Merck atua no Brasil desde 1923 e é uma das dez maiores indústrias farmacêuticas do país, de acordo com o IMS Health. Sua sede é no Rio de Janeiro, onde fica também a fábrica de medicamentos. A área Química está localizada na capital paulista e conta com uma planta em Barueri e um depósito em Cotia, na Grande São Paulo. No Brasil, a empresa tem cerca de 1.100 funcionários.
A Merck trabalha em duas frentes, farmacêutica e química, e busca o equilíbrio nesses negócios. A área farmacêutica é composta pelas divisões Merck Serono – de medicamentos de prescrição, Produtos de Consumo e Genéricos. Já a Química compreende as divisões Merck Millipore, com portfólio completo de soluções para análises em laboratórios de pesquisa ou controle de qualidade em indústrias ou instituições de saúde; e Performance Materials, com pigmentos industriais, ativos e pigmentos cosméticos oferecidos para diversos segmentos, como o de cosméticos, automotivo e de tintas especiais.
A Merck conta com um Programa de Responsabilidade Social Corporativa que tem como princípio o compromisso com os funcionários, com a sociedade e com o meio ambiente. O objetivo é contribuir tanto com a melhoria da qualidade de vida de seus funcionários – através de uma série de iniciativas e programas específicos – como proporcionar a inclusão de pessoas com deficiência e crianças e jovens em risco social. Dessa forma, a Merck colabora a partir do apoio a projetos e ações que valorizam a cultura e a cidadania.
WN & P COMUNICAÇÃO LTDA.
Suelen Rodrigues
E-mail: suelen.rodrigues@wnp.com.br
Fone: (11) 50952660
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